sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013


O papel do feedback no processo de aprendizagem on-line

A comunicação é um fator determinante em qualquer processo de ensino-aprendizagem. Nos cursos on-line, a comunicação entre alunos e tutores é mediada pela tecnologia. Embora os recursos disponibilizados em um curso virtual ofereçam ferramentas que permitam a interatividade, é o uso correto desses recursos que podem garantir resultado positivo no processo de aprendizagem.
Nesse texto utilizaremos como referência o termo feedback  como sinalização, vinda de uma pessoa ou de uma máquina, em retorno a uma ação realizada. Esse retorno exerce um papel importante nas relações humanas e na interação homem-máquina (Cardoso, 2011).
Algumas questões apontadas por alunos de cursos a distância referem-se à dificuldade em estabelecerem uma comunicação adequada com os tutores. No link disponibilizado abaixo podem ser visualizadas algumas queixas relativas aos problemas na comunicação em entrevista realizada com alunos do curso a distância da UAB/UnB:
De acordo com Mill et all a comunicação e a interação entre tutor e alunos, embora aparentemente simples, é a chave na educação a distância (EaD), pois há um tempo físico entre as mensagens que saem do transmissor e chegam ao receptor. As ambiguidades da linguagem dificultam a compreensão e a comunicação. Em outros termos, a comunicação entre o tutor e os alunos deve objetivar clareza e ao mesmo tempo possibilitar aproximação, calor humano e compartilhamento (2008, p. 10).
É no processo de interação que o tutor dará feedback aos alunos orientando estes em relação aos processos de acompanhamento e avaliação da aprendizagem. No entanto, Thorpe (apud Mill et all) alerta que este feedback não pode ser dado de qualquer forma. Ele precisa ser completo e específico o suficiente para mostrar ao estudante se ele está no caminho certo ou não. O autor salienta ainda que educandos inexperientes, que estão iniciando na EaD, parecem precisar muito mais dessa orientação para se manterem conectados.
Ainda com base no artigo elaborado por Mill et all serão levantados abaixo, algumas ações que poderão facilitar a interlocução entre tutores e alunos bem como o processo de feedback em cursos on line:
·         Orientar os alunos antes de propor uma atividade: É indicado que o tutor se certifique se os alunos compreenderam a proposta da atividade a ser realizada antecipando-se às dificuldades dos alunos.
·         Comentários sobre as atividades/tarefas propostas: No feedback o tutor deve indicar o que o aluno conseguiu fazer com sucesso e apontar o que pode ser melhorado. Os feedbacks construtivos e positivos são muito importantes e devem ser dados antes que o tutor prossiga para uma próxima etapa. Sendo assim, é importante que as avaliações sejam corrigidas rapidamente (os cursos da UAB sugerem que as avaliações sejam corrigidas em até uma semana).
·         Critérios de avaliação: Devem ser explícitos e de conhecimento dos alunos.
·         Perfil do aluno: O tutor deve estimular a autonomia e a emancipação do aluno, incentivando-o a participar de forma ativa de seu processo de aprendizagem.


Referências:

CARDOSO, Ana Carolina Simões. Feedback em contextos de ensino-aprendizagem on-line. Linguagens e Diálogos, v. 2, n. 2, p. 17-34, 2011
MILL, Daniel et all. O desafio de uma interação de qualidade na educação a distância: o tutor e sua importância nesse processo. Cadernos da Pedagogia, ano 02, v. 2, n. 4, p. 112-127, ago/dez 2008



terça-feira, 12 de fevereiro de 2013


Webconferência via Skype

O Skype é um recurso que pode ser usado com intencionalidade pedagógica em cursos a distância. Como exemplo pode-se citar a utilização dessa ferramenta para realizar videoconferências ou chats pela Web.

Eu vou contar para vocês uma experiência que tive como tutora de um curso de formação de tutores onde uma das tarefas era a realização de uma webconferência através de chat com um especialista.

Essa foi uma atividade bem motivadora para os aprendizes, que se mostraram curiosos e interessados para participarem da atividade proposta. A realização de uma conferência exige o preparo dos aprendizes para receber o conferencista. O primeiro passo é definir o tema que será abordado e explicar sobre o funcionamento técnico da videoconferência. Nesse caso, o tutor pode até marcar uma sessão teste para que os aprendizes se ambientem com a ferramenta.

Um texto introdutório sobre o tema a ser tratado na conferência auxilia os aprendizes a se prepararem para a conferência. Com base no texto e no tema da conferência os alunos devem elaborar questões que serão organizadas e enviadas com antecedência para o especialista pelo tutor da turma.

Alguns representantes da turma devem ser escolhidos para entrevistarem o convidado (através das perguntadas formuladas) e para estabelecerem a ordem que as perguntas serão feitas.

Durante a webconferência o tutor atua como orientador, mediador e responsável por manter o fluxo das interações na conferência. No início, ele apresenta o convidado, fala da estrutura da conferência e estabelece as regras de participação. As regras devem ser acordadas previamente em colaboração com os aprendizes. Seguem algumas regras que foram estabelecidas no grupo em que atuei como tutora:

1- Na hora combinada, todos entram, se cumprimentam, a tutora Bianca faz sua saudação, apresenta o especialista e dá início a discussão.
2- Os colegas que chegarem após o início do debate não devem interromper o diálogo evitando assim a interrupção do debate.
3- Os aprendizes só podem inserir uma nova pergunta após a pergunta anterior for devidamente respondida pelo conferencista.
4- Caso necessário, o mediador do chat pode interromper a discussão no chat para melhor direcionar o diálogo.
5- Os aprendizes devem aproveitar ao máximo a discussão com o especialista focando o tema debatido, evitando assuntos não pertinentes.

Após a sessão de resposta as perguntas pré-estabelecidas o tutor pode lançar algumas questões para lançar na conferência como forma de estimular o debate dos aprendizes com o palestrante.

Ao final da conferência o tutor agradece a participação do convidado e encerra oficialmente a conferência.

Após a webconferência o tutor deve fazer uma síntese da discussão para disponibilizar para a turma (ou essa tarefa pode se configurar como um trabalho da turma). Um fórum de discussão pode ser aberto como forma de prosseguir o debate realizado como forma de aprofundar algumas questões que se mostraram mais “polêmicas”.

Referência: 
TORNAGHI, Alberto; BOF, Alvana; ALMEIDA, Pilar; VARGAS, Suzi. Gestão de comunidades de aprendizagem in Curso de capacitação de tutores da caixa. 2009

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Ambientes colaborativos compartilhados

Os ambientes de edição colaborativa são espaços que permitem várias pessoas a trabalharem no mesmo texto. Alguns deles permitem a edição simultânea por várias pessoas. Os ambientes mais conhecidos e disseminados permitem fazer edição cooperativa de textos, de hipertextos e de hipermídia, mas há ambientes para edição de apresentações, de planilhas e de desenhos.

Para que servem?

Os ambientes de edição cooperativa são úteis para produzir um trabalho a muitas mãos. A maior parte dos ambientes guarda a informação de quem é o autor de cada intervenção e quando ela foi realizada. Isso permite que tantos tutores quanto aprendizes percebam como aconteceu a evolução do trabalho e como foi aprofundada a compreensão dos conceitos abordados por cada participante do grupo de trabalho.
É comum que os ambientes de edição cooperativa guardem um histórico com as versões dos documentos trabalhados. Isso permite que se recuperem versões anteriores com informações que tenham sido equivocadamente descartadas ou modificadas.

Qual a função do tutor?

Os editores cooperativos trazem para os ambientes de aprendizagem uma possibilidade que era impossível de ser pensada até pouco tempo atrás. Nesses ambientes cooperativos, o tutor pode ter presença virtual nos grupos de trabalho dos aprendizes e acompanhar as discussões e debates que ficam registrados no ambiente. De que forma um professor poderia participar de todas as discussões de trabalhos quando um grupo de aprendizes se reúnem em suas casas ou bibliotecas?
Com os editores cooperativos o tutor pode ter acesso ao histórico das participações de cada aprendiz no trabalho. Desta forma pode verificar como estão evoluindo as discussões dentro do grupo, quais as dificuldades e contribuições de cada participante, podendo também propor abordagens, leituras e discussões que atendam as dificuldades verificadas.
O tutor pode interferir diretamente no texto, se isso for acordado previamente, com comentários que levem os aprendizes a desconfiarem de suas certezas ou a aprofundarem algum tema.

Google docs

É um espaço de edição cooperativa de textos e planilhas. É possível trabalhar a muitas mãos (ou seria melhor dizer a muitos teclados) simultaneamente. Todas as modificações ficam gravadas, com registro de quem a fez e quando as fez, podendo ainda, serem desfeitas.
Os documentos produzidos ali podem ser salvos em seu computador em formato (OpenOffice) ou em formato Microsoft Office (Word/Excell/Powerpoint). Também é possível carregar para lá um documento criado em um desses formatos.
É possível salvar, também, em formato Portable Document Format, o popular PDF da Adobe. Arquivos salvos neste formato são editáveis posteriormente, mas, por isso mesmo, tem a vantagem de serem vistos pelo leitor tal qual foram criados.

Referência:
TORNAGHI, Alberto; BOF, Alvana; ALMEIDA, Pilar; VARGAS, Suzi. Gestão de comunidades de aprendizagem in Curso de capacitação de tutores da caixa. 2009